domingo, 6 de março de 2011

Carnaval: diversão ou perversão?


“Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte. Até no riso o coração sente dor e o fim da alegria é tristeza.” Provérbios 14:12,13


Para muitas pessoas essa é a melhor época do ano: carnaval, diversão, folia... Mas analisando bem, a origem e o resultado dessa festa, não vejo nada de bom.

“O termo carnaval é de origem incerta, embora seja encontrado já no latim medieval, como carnem levare ou carnelevarium, palavra dos séculos XI e XII, que significava a véspera da quarta-feira de cinzas, isto é, a hora em que começava a abstinência da carne durante os quarenta dias nos quais, no passado, os católicos eram proibidos pela igreja de comer carne.


A própria origem do carnaval é obscura. É possível que suas raízes se encontrem num festival religioso primitivo, pagão, que homenageava o início do Ano Novo e o ressurgimento da natureza, mas há quem diga que suas primeiras manifestações ocorreram na Roma dos césares, ligadas às famosas saturnálias, de caráter orgíaco. Contudo, o rei Momo é uma das formas de Dionísio — o deus Baco, patrono do vinho e do seu cultivo, e isto faz recuar a origem do carnaval para a Grécia arcaica, para os festejos que honravam a colheita. Sempre uma forma de comemorar, com muita alegria e desenvoltura, os atos de alimentar-se e beber, elementos indispensáveis à vida.

O entrudo, importado dos Açores, foi o precursor das festas de carnaval, trazido pelo colonizador português. Grosseiro, violento, imundo, constituiu a forma mais generalizada de brincar no período colonial e monárquico, mas também a mais popular. Consistia em lançar, sobre os outros foliões, baldes de água, esguichos de bisnagas e limões-de-cheiro (feitos ambos de cera), pó de cal (uma brutalidade, que poderia cegar as pessoas atingidas), vinagre, groselha ou vinho e até outros líquidos que estragavam roupas e sujavam ou tornavam mal-cheirosas as vítimas. Esta estupidez, porém, era tolerada pelo imperador Pedro II e foi praticada com entusiasmo, na Quinta da Boa Vista e em seus jardins, pela chamada nobreza... E foi livre até o aparecimento do lança-perfume, já no século XX, assim como do confete e da serpentina, trazidos da Europa.”

(Fonte: http://www.miniweb.com.br/cidadania/dicas/carnaval.html)

Lembro-me quando criança dessa brincadeira de mau gosto de molhar as pessoas, muitas vezes além da água, molhavam as pessoas com lama, tinta, isso gerava muita confusão, bate-boca e muitas vezes os mais “esquentadinhos” partiam para as vias de fato. Do quintal de minha casa dava pra ver os meus vizinhos entrando nesse tipo de confusão. Naquele tempo eu não entendia muito bem o que significava aquela festa, só sabia que era uma semana sem ir pra escola, e que era a época de tomar banho com água limpa ou suja, caso saísse de casa.

Com o passar do tempo essa festa foi mudando (para pior) e o que se vê hoje é uma verdadeira vitrine de nudismo, as escolas de samba escolhem a dedo a mulher mais escultural pra ser a rainha da bateria e claro, que use o mínimo de roupa possível pra chamar mais atenção na avenida. Algumas ostentam apenas pinturas no corpo ou adesivos e as sandálias. É tanta carne exposta que você pensa que está numa praia de nudismo.

A bebida rola solta, inclusive existe disputa pra ver qual a cervejaria que consegue trazer mais “celebridades” para os seus camarotes ou qual a celebridade TOP fará a propaganda do seu produto. E independente de carnaval o resultado de misturar bebida e direção é fatal! O prejuízo é maior que a curtição, são famílias enlutadas e outras que carregarão temporariamente ou para sempre um ente querido dependente de cuidados médicos por causa da irresponsabilidade de dirigir embriagado.

E o que dizer da maneira um tanto quanto estranha de se divertir: beijar qualquer um na boca, sem nem saber quem é a pessoa e dependendo do caso rolar até sexo?!!! Que tipo de diversão é essa? E o cúmulo do absurdo é o Governo distribuir preservativos para que as pessoas brinquem o carnaval com segurança. Brincar? Que tipo de brincadeira é essa? Já imaginou você fazer uma festinha em sua casa, e os seus familiares e amigos ganharem “camisinhas” pra se divertir com segurança? Estranho não?!!

O “saldo” depois dessa folia toda, onde ninguém é de ninguém, são garotas provocando aborto, outras grávidas sem nem saberem quem as engravidou, além de muitos contaminados com DST’s (Doenças Sexualmente Transmissíveis), porque se preocuparam mais com números de relações sexuais do que preservar seu corpo.

E as músicas? Já se foi o tempo das “marchinhas de carnaval”, dos blocos líricos, agora quanto mais duplo sentido e coreografias sensuais melhor. A cada ano nasce um novo hit pra embalar o carnaval, que está muito distante do que se pode chamar de uma canção poética. Teve um ritmo legal que faça rebolar, está aprovado pelo povão.

Não posso deixar de comentar que nessa época a droga se prolifera com mais intensidade. Aqui em PE, somente nesse trimestre, a apreensão de drogas foi 08 vezes maior que o ano inteiro de 2010, e esse mês a “promoção” para o carnaval estava enorme. Que tipo de festa é essa que você precisa se drogar pra poder se divertir? E infelizmente por mais que se mostre qual é o resultado de quem entra nas drogas, cada dia mais cresce o número de jovens que resolvem seguir por esse caminho.

Nunca vi uma festa pra ter um saldo tão negativo como esta. Todos os anos, os programas policiais ficam “recheados” de notícias na 4ª feira de cinzas. É briga, acidentes, assaltos, tanta morte e tanta prisão que não dá pra entender se foi resultado de uma festa ou de uma rebelião. Os governantes defendem que essa festa traz recursos para o país, atrai o turismo, gera renda, mas com certeza os prejuízos causados durante esse período também é grande.

Mas o que me deixa mais intrigada é que uma festa onde o seu significado já deixa bem claro que o que vale mesmo é a carne, que diga-se de passagem, nos dias de hoje não se tem mais o sentido de aproveitar esse alimento antes do início da abstinência durante a Quaresma, mas sim, o que vale é a carnalidade, a sensualidade e a sexualidade à flor da pele, e o que a carne quer nesses dias é que se satisfaça os seus desejos. Pois bem, essa festa é que determina quando se deve celebrar a morte de Cristo.

Dependendo do mês do Carnaval é que se sabe quando será a Sexta-feira da Paixão. Sabemos muito bem que a Bíblia não revela datas do nascimento nem da morte de Cristo, mas eu acho um absurdo que uma festa tão profana seja o parâmetro para a celebração de um ato tão sublime e redentor: a morte de Jesus Cristo!

Por essas e outras razões que eu não vejo nenhum motivo para me alegrar com o Carnaval.



Angela Vauthier



2 comentários:

Kennedy Jeremias - Depois dos 30! disse...

Angel, o problema não é o Carnaval, pois o mesmo só é vitrine (?) para vermos o real problema: a banalização do sagrado, que está todos os dias do ano nas empresas, na tv, nas músicas, nas igrejas até!
Aborto, por exemplo, não é problema de Carnaval (quem dera fosse)... Nem segurança pública! Tomei dois socos no nariz numa das cidades de melhor distribuição de renda e qualidade de vida do país (Caxias do Sul) de um rapaz que queria meu celular de R$ 100,00. E olhe, lá o Carnaval não passa nem perto!
O problema é o homem! Se não o fosse, não veríamos tantos escândalos (muitos até sexuais) dentro d igreja cristã (católica e outras).

Angela Vauthier disse...

Kennedy, eu sei que muitos pontos que você citou acontecem o ano inteiro, mas você há de concordar comigo que no período carnavalesco a banalização do sagrado fica exarcebada.

Eu não quis dizer que as coisas ruins SÓ acontecem no carnaval, mas que para ser um período festivo onde dizem que é momento de alegria e diversão o saldo é bastante negativo.

Sobre os escândalos, a Bíblia diz: "Ai do mundo, por causa dos escândalos; porque é mister que venham escândalos, mas ai daquele homem por quem o escândalo vem! "
Mateus 18:7. Então, cada um que se cuide!

Obrigada por seu comentário.