sábado, 11 de maio de 2013

Vencendo Gigantes



Por Angela Vauthier


I Sm 17.41-41


Na vida enfrentamos desafios que muitas vezes se apresentam tão grandes que mais parecem GIGANTES, quase que impossíveis de vencê-los. Esses gigantes se colocam à nossa frente de várias maneiras: enfermidades, desemprego, frustração, solidão; e nos sentimos tão pequenos, tão indefesos, que às vezes agimos como os soldados de Saul: ficamos atônitos e apavorados (I Sm 17.11).

Davi, menino do campo, filho caçula, franzino, com certeza também enfrentou vários gigantes em sua vida até se deparar com o gigante Golias.

Um dos primeiros gigantes que ele enfrentou foi o da DISCRIMINAÇÃO. Dos 08 filhos de Jessé, apenas Davi tomava conta das ovelhas, uma atividade nada glamourosa, comparada à de seus irmãos que eram soldados do rei Saul, enfrentando diversas batalhas e voltando vitoriosos.

Os irmãos de Davi eram homens fortes, robustos, formosos, hábeis com a espada e Davi, qual a sua arma? Uma funda. Enquanto os seus irmãos seguiam as estratégias de guerra, Davi seguia a intuição para encontrar água pura e pastos verdes para suas ovelhas; afinal, se elas comessem pasto estragado e bebessem água contaminada morreriam e ele seria o culpado por não ter cuidado com o zelo que era devido.

Mas quando Deus escolhe alguém para usar e exaltar, não importa a sua simplicidade, mas sim, o seu coração disposto a Lhe obedecer, amar e servir. E foi isso que Deus viu em Davi  (I Sm 16.7b).

Davi também enfrentou o gigante do DESPREZO (I Sm 17.28-30). Com certeza seus irmãos não devem ter ficado contentes por ele ter sido o escolhido para ser o rei de Israel.

Um outro gigante que Davi precisou enfrentar foi o de ESPERAR EM SILÊNCIO. Nem todo mundo consegue se calar e esperar o momento certo para falar das promessas que Deus lhe fez. Falam precipitadamente e muitas perdem a bênção por não colocar em prática o que diz em Ec 3.7b que existe “o tempo de calar e o tempo de falar”.

Davi foi escolhido por Deus para ficar do lado de Saul lhe servindo como levita para que o espirito maligno fosse expulso sempre que ele tocasse a harpa. Com certeza não foi fácil para Davi, já ungido a rei, ficar lado a lado com o rei Saul e não poder dizer que seria o seu sucessor, afinal, pela linhagem hierárquica o trono pertencia a Jônatas.

Porém o Senhor nos fala em Is 55.8 que “os Seus pensamentos e os Seus caminhos não são iguais aos nossos”. Era necessário Davi ter livre acesso no palácio para assim conhecer toda a logística e os protocolos diplomáticos de um palácio. Davi precisava vencer o gigante da INEXPERIÊNCIA.  

O Deus que escreve a história de cada um, havia preparado uma maneira especial para que Davi fosse instruído a respeito da conduta de um rei e como governar um povo: o tornou amigo de Jônatas (I Sm 18.1-3). Claro que esse foi o meio que Deus planejou para que Davi pudesse estar constantemente no palácio para o seu aprendizado, pois qual o acesso que um simples pastor de ovelhas teria nas dependências do palácio do rei Saul? Como amigo do príncipe e protegido do rei, ninguém podia proibir o acesso de Davi no palácio.

A vida de um guerreiro é uma batalha constante. Enquanto se preparava para se tornar um rei habilidoso, Davi enfrentou um outro gigante: o da INVEJA (I Sm 18.5-9). Com certeza não foi fácil para Davi conviver com alguém possesso, invejoso e que ainda ocupava um lugar que estava reservado para ele. Saul fez de tudo para acabar com Davi, mas quando Deus tem planos para alguém nada e nem ninguém pode atrapalhar (I Sm 18.12-14).

O diabo não desiste fácil de seus intentos e fez Davi enfrentar mais um gigante: o da MALDADE. Saul planejou mais uma vez matar Davi e dessa vez de maneira covarde (I Sm 18.17-30). Por diversas vezes Saul tentou matar Davi, mas o diabo não pode tocar naquele que Deus escolheu e ungiu (Jr 54.17).

Até se sentar no trono como rei de fato e de direito, Davi teve que enfrentar vários gigantes interiores como: medo, angústias, complexo de inferioridade. Após assumir o trono, enfrentou tantos outros, como o do REMORSO pelo pecado com Bate-Seba (II Sm 12.7b-14); o gigante do DESGOSTO por causa do pecado de seu filho Amnon e a vingança de morte feita por Absalão (II Sm 13.30-32,37); o gigante da TRAIÇÃO por parte do próprio filho (II Sm 15.1-12); e por fim, o gigante da FALTA DE VIGOR (I Rs 1.1-4).

Assim como Davi, nós também enfrentamos esses mesmos gigantes, mas cabe a nós vencermos ou sermos vencidos. Diante de Golias, Davi não olhou para a sua falta de habilidade e muito menos para sua estatura, ele apenas confiou no Deus a quem ele servia e sabia que o Senhor estava no comando da batalha.   

Não foi a técnica de Davi ao lançar a funda que matou Golias, mas foi a sua fé de que Deus conduziria a pedra para atingir o ponto certo e mortal.

Não devemos desanimar diante da batalha, pois o General de Guerra que nunca perde, está conosco (Êx 14.13a-14) e nem esquecer que 01 com Deus é maioria (II Rs 6.15c-17).