quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Derrubando Muralhas



Por Angela Vauthier



O que são muralhas? São edificações reais construídas para a proteção de uma cidade ou patrimônio, seja ele público ou particular. Mas também podem ser barreiras, visíveis ou não, fruto de circunstâncias criadas por nós, ou impostas a nós por terceiros.



Na Bíblia Sagrada temos vários exemplos de personagens que com fé e determinação, derrubaram as muralhas que lhes impediam de receber a vitória. Dentre esses personagens, hoje vamos falar um pouco sobre Noemi e Rute.



Duas mulheres com muitas diferenças de idade, fé, nacionalidade, que em comum só tinham mesmo o amor por um homem: Malom (filho de Noemi e marido de Rute). Ao ficarem viúvas, Noemi decide voltar para sua terra, afinal era estrangeira em Moabe. Mas como seria a sua vida a partir de agora? Viúva, sem filhos, velha, como sobreviver?



Suas noras começaram a segui-la na viagem de volta a Belém, mas Noemi começa a refletir nas dificuldades que elas iriam passar juntas e decide “liberá-las” do compromisso familiar. Para Noemi o seu futuro estava repleto de muralhas que para ela eram impossíveis de ser derrubadas (Rt 1.7-13).



Para Noemi, não existia perspectiva de um futuro seguro, confortável, para ela não tinha como existir um recomeço. Noemi, inconscientemente ergueu a “muralha do pessimismo”, da falta de expectativa. Muitas vezes passamos por momentos assim em nossas vidas, o erro não está em se sentir desanimado momentaneamente, mas acreditar que essa situação é permanente.



Mas quando Deus tem um plano para cumprir, Ele não permite que muralha alguma impeça o Seu agir. Rute, mesmo sofrendo com a dor do seu luto, não se deixou contagiar com o desânimo de Noemi. Se pararmos para analisar, a sua situação ainda era mais complicada que a de Noemi, pois agora os papéis haviam se invertido e Rute passaria a ser estrangeira em Belém e com algumas desvantagens: jovem, viúva e idólatra.



Quem do povo de Israel se atreveria a casar-se com alguém que não pertencesse à linhagem do povo de Deus? Malom e Quiliom se casaram com as moabitas pois ficaram sem pai e eram estrangeiros por lá, porém não tiveram filhos e nem deixaram nenhuma herança para suas esposas e sua mãe. Sua árvore genealógica foi cortada e suas raízes arrancadas da história do povo de Israel. Não puderam perpetuar seu sangue, seu nome, sua geração.



Rute, mulher corajosa e determinada, resolveu derrubar a muralha que a impedia de ter um futuro melhor (Rt 1.14-17). Interessante é perceber que mesmo com toda a idolatria de sua terra, Rute tinha mais ânimo e vivacidade que Noemi.



Agora era chegada a hora de derrubar outra muralha: a do “desemprego”. Rute não era uma mulher preguiçosa, ela bem que podia ficar em casa, fazendo apenas os serviços domésticos, pois ela não conhecia ninguém naquele lugar e nem os costumes. Mas mesmo assim, teve disposição para buscar o alimento para ela e sua sogra. (Rt 2.2).



Quantas vezes queremos melhorar de vida, mas ficamos de braços cruzados e não vamos à luta?! É necessário fazermos a nossa parte, dar o primeiro passo, ir em busca de nossas realizações. E aí sim, Deus nos surpreende e recompensa nossos esforços (Rt 2.12).



Quando saímos do comodismo e partimos para realizar nossos planos com a direção do Senhor, o resultado é surpreendente! (Rt 2.19,20).



Rute também derrubou uma outra muralha: a “do orgulho”! Com o final da colheita, ela e sua sogra não tinham mais de onde tirar o sustento.



Foi aí que Noemi teve a ideia de casá-la com Boaz, pois ele era o parente próximo, o resgatador (Rt 3.1-5). Ela podia muito bem casar-se com quem desejasse, afinal era estrangeira, era ela quem estava mantendo a casa e não era obrigada a ouvir Noemi. Mas quando se dá ouvidos a quem tem experiência e se quando se porta com dignidade, as pessoas observam e reconhecem o valor devido (Rt 3.10,11).



Rute foi recompensada por seu amor à sua sogra, seu respeito e obediência em tudo o que Noemi instruiu. Ela também derrubou a muralha do preconceito de que não se pode mudar, deixar as velhas práticas, pois a bênção do Senhor estava sobre ela desde que ela abriu de tudo e declarou que o Deus de Noemi também seria o seu Deus.



Deus mudou a sua história e de sua sogra. Rute com sua simplicidade e virtude, ganhou a admiração e o amor de Boaz. Se ele não a amasse, teria dito logo de início ao outro resgatador que Rute fazia parte do negócio (Rt 4.1-11a).



O nosso Deus é o Deus das coisas e causas impossíveis. Ele faz como quer, muda histórias, quebra barreiras e derruba muralhas (Rt 4.13-22).



Ele é o Autor da História, o Protagonista que não precisa de dublê para realizar as cenas mais difíceis e arriscadas. No Seu script, o destino dos personagens foi alterado por Sua própria vontade: Noemi voltou a se sentir viva e feliz, e foi amparada em sua velhice, ganhou um lar; Rute teve uma experiência de fé com o Deus Vivo e como resultado teve uma mudança radical em sua vida, ganhou uma nova chance de escrever sua história, casou, tornou-se mãe e por incrível que pareça entrou para a história da família de Jesus; e Boaz, que cumpriu o seu papel de resgatador com humildade e obediência a Deus, teve o seu nome perpetuado por gerações.



“Não esqueça que a grande arma para derrubar qualquer muralha é a fé, que mesmo sendo pequena, quando colocada em prática, tem um poder maior que um míssil”. (Angela Vauthier)



quinta-feira, 27 de setembro de 2012

A Amizade na Vida do Pastor





Por
 
Angela Vauthier

 

Quem nunca se sentiu sozinho mesmo estando em família ou entre amigos? Quem nunca se sentiu o menor diante de um grupo de pessoas capacitadas? Quem nunca se viu precisando de um ombro amigo pra chorar e dividir as tristezas e frustrações e muitas vezes teve que chorar sozinho porque não encontrou ninguém que pudesse ajudar?
Fomos criados para vivermos em sociedade e uma das coisas que nos alegra e complementa a vida é a amizade. De acordo com o dicionário, Amizade – s. f.Afeição, estima, dedicação recíproca entre pessoas do mesmo sexo ou de sexo diferente: laços de amizade. Sentimento de quem é amigo. Amor. Dedicação. Benevolência.
Estamos vivendo num mundo globalizado, onde o avanço da internet tem facilitado a comunicação entre as pessoas que estão distantes geograficamente aproximando-as cada vez mais, porém ironicamente também tem afastado as que estão próximas já que se perde tanto tempo conectado conversando. O resultado disso tem sido a mudança de comportamento das pessoas, alguns passaram a se isolar no mundo real para viver apenas no virtual; outros querem trazer do mundo virtual vocabulários e comportamentos para o mundo real; alguns se tornaram tão fissurados que tudo o que pensam ou fazem tem como finalidade expor na internet; há ainda aqueles que passam uma imagem de superioridade no mundo virtual, de muita ostentação, mas que não passa de utopia para impressionar a quem tiver acesso; e também existem aqueles dramáticos, que adoram chamar atenção, fazendo-se de coitadinho para que a sua carência afetiva possa ser suprida.
 
 Não podemos esquecer de falar de como hoje está tão vulgar o verdadeiro valor e sentido do que é ser amigo. Com as redes sociais (Orkut, Facebook, Twitter e etc.), a facilidade de se fazer amizade é enorme. Para alguns quanto maior o número de “amigos” em seu perfil, melhor, como se isso fosse um troféu, pois mostra o quanto essa pessoa é popular.  
Há aqueles que se comunicam todos os dias com os amigos na internet e quando os encontra pessoalmente nem sabe quem são, não dá atenção, para eles o amigo é um estranho. Há outros que mal foram aceitos num perfil de rede social já se acham íntimos o suficiente para proclamar aos quatro ventos que é amigo daquela pessoa e até se acham no direito de invadir a privacidade alheia. E há ainda aqueles que só procuram ter e/ou manter uma amizade quando o outro tem algo que ele possa usufruir: dinheiro, status, amigos influentes, etc. E quando isso se acaba a amizade vai junto.
Bem diferente da maneira simples e pura que as amizades nasciam antigamente: vizinhos que cresciam juntos e praticamente se tornavam uma família; colegas de classe que ao longo dos anos a amizade ia se fortalecendo e em alguns casos terminava até em casamento; colegas de trabalho que a amizade ultrapassava os limites da empresa...
Enfim, quando alguém abria a boca para dizer que era amigo de alguém é porque tinha intimidade tamanha a ponto de conhecer gostos, costumes, partilhar momentos bons e maus e o mais importante, estar à disposição para ouvir e ajudar quando um amigo estivesse passando por problemas.
A Bíblia nos fala a respeito de um jovem que sofria rejeição em seu lar por seu pai e seus irmãos. Não era tido como forte, valente ou formoso aos olhos, não tinha perspectiva de no futuro se tornar um soldado do rei, já que a sua função era cuidar das ovelhas da família para delas trazer o sustento de casa. Assim era a vida de Davi.
Em I Samuel 16, vemos o relato de como o Senhor direcionou o profeta Samuel até a casa de Jessé para que lá ele pudesse consagrar o novo rei de Israel. Com o olhar estratégico de que a nação necessitava de um rei que defendesse o seu povo dos inimigos que guerreavam contra eles, qualquer um aceitaria a ideia de consagrar um dos filhos de Jessé que eram soldados do rei Saul, inclusive o próprio Jessé fez questão de apresentá-los ao profeta por acreditar que eram capazes de assumir tal posição. Mas como o Senhor mesmo falou ao profeta: “... Não considere sua aparência nem sua altura, pois Eu o rejeitei. O Senhor não vê como o homem, o homem vê a aparência, mas o Senhor vê o coração”.
Ao ver que todos os filhos de Jessé haviam sido apresentados e reprovados pelo Senhor, Samuel procura ver se ainda restava uma chance de encontrar naquela casa o escolhido pelo Senhor, afinal, ele estava ali porque tinha certeza da determinação do Senhor. É quando se fala de maneira tão desprezível que ainda tinha o caçula mas que estava cuidando das ovelhas. Lógico que essa atividade não poderia ser comparada com a de seus irmãos.  Como um pastor de ovelhas poderia conhecer os armamentos de guerra e suas utilidades? Qual o preparo físico e tático Davi tinha para entrar numa batalha e como reconhecer as estratégias do inimigo se o seu mundo se resumia apenas ao balido das ovelhas, o barulho das correntezas das águas, o aroma das plantas e a sabedoria de guiar o seu rebanho para lugares seguros?
E o que tinha de interessante para contar ao chegar em casa depois de um dia de trabalho? Que salvou uma ovelha de cair no abismo, ou a livrou de um animal feroz, ou ainda que a limpou dos carrapichos que estavam agarrados em seu corpo? Bem diferente de ouvir as grandes aventuras que seus irmãos tinham para contar ao voltar das vitoriosas batalhas com o rei Saul.
Com certeza Davi conseguia superar essa rejeição e encontrava refúgio quando em seu labor com as ovelhas sentava-se na relva e começava a tocar a sua harpa e compor suas belas canções de exaltação ao Senhor. Ali ele podia ter a certeza que era amado, compreendido, aceito e não precisava se sentir inferior. E era ali que Davi tinha o seu momento de comunhão com Deus.
Porém o Senhor em tudo tem um propósito em nossas vidas. Davi passou por tudo isso porque um rei não precisa ter apenas o conhecimento tático para defender seu povo, um rei precisa ter um coração amável para saber cuidar de seu povo de maneira justa e agradável. E Davi enquanto cuidava das ovelhas passou por esse aprendizado, pois ele precisava trazer para o seu reinado o mesmo cuidado que ele tinha com as suas ovelhas.     
Embora ele não fosse querido entre os seus irmãos, e com certeza perseguido, sem direito de se expressar ou opinar, a prova está em I Samuel 17: 28-29 onde lemos: “Quando Eliabe, o irmão mais velho, ouviu Davi falando com os soldados, ficou muito irritado com ele e perguntou: ‘Por que você veio até aqui? Com quem deixou aquelas poucas ovelhas no deserto? Sei  que você é presunçoso e que seu coração é mau; você veio  só para ver a batalha’. E disse Davi: ‘O que eu fiz agora? Será que não posso nem mesmo conversar?’ ”; Deus lhe deu um grande presente: a amizade de Jônatas.
Em I Samuel 18:1-4 A Bíblia nos diz: “Depois dessa conversa de Davi com Saul, surgiu tão grande amizade entre Jônatas e Davi que Jônatas tornou-se o seu melhor amigo. Daquele dia em diante, Saul manteve Davi consigo e não o deixou voltar à casa de seu pai. E Jônatas fez um acordo de amizade com Davi, pois se tornara o seu melhor amigo. E Jônatas tirou o manto que estava vestindo e o deu a Davi, com sua túnica, e até sua espada, seu arco e seu cinturão”.
Com certeza os irmãos de Davi deviam se questionar por que Jônatas agia assim com Davi e nunca agiu com eles antes. A inveja devia estar pairando em seus corações, afinal, Davi sempre foi um simples pastor de ovelhas, qual tipo de vivência ele tinha em comum com Jônatas para ter uma amizade tão sólida como essa?
Mas os planos de Deus não são os nossos. Como Davi poderia se familiarizar com os costumes e rituais de um palácio real se ele não tivesse livre acesso ao ambiente? Como poderia saber se portar à mesa, na sala real, no trato com os empregados e até mesmo nas decisões que eram julgadas ao serem trazidas ao rei se ele estivesse apenas limitado ao convívio dos soldados treinando para as guerras? Todo o tempo que Davi passou entre a sua consagração até assumir de fato e de direito o trono de Israel foi um preparo do Senhor em sua vida, como um diamante sendo lapidado, ele esperou pacientemente e enquanto esperava não perdia a oportunidade de aprender tudo o que iria precisar para ter um reinado bem sucedido. E claro que tudo isso lhe foi permitido por causa de sua amizade com Jônatas.
  Esse é um exemplo belíssimo de amizade sincera e que se manteve a lealdade, mesmo quando um deles já havia partido. Davi e Jônatas eram amigos leais e firmaram um compromisso de se protegerem bem como aos seus familiares mesmo se um deles morresse. Em I Samuel 20:23 nos diz: “Quanto ao nosso acordo, o Senhor é testemunha entre mim e você para sempre”. Jônatas morreu numa batalha e o seu filho Mefibosete ficou órfão e foi criado por sua ama que fugiu com ele ao saber da morte do rei Saul . Quando Davi finalmente assumiu o trono não demorou muito para por em prática o que havia prometido: procurou saber se ainda restava vivo alguém da casa de Jônatas e não apenas devolveu toda a propriedade que era de direito de Mefibosete, como o fez sentar-se à sua mesa tornando-o membro da família real. Talvez algumas pessoas atualmente não tomassem essa mesma atitude, afinal, só quem sabia desse pacto eram eles dois e Jônatas estava morto, mas Davi era íntegro e temente a Deus e tinha certeza que o Senhor tinha visto quando ambos fizeram o juramento, pois de Deus ninguém se esconde e nada fica oculto.
Essa é a prova de que um amigo não é apenas para estar presente nos momentos de alegria, de festa, mas amigo é para socorrer nos momentos de tristeza, necessidade e sufoco. Ser amigo é não olhar posição, mas a real necessidade do outro.
 
Não podemos esquecer  da atitude de Jônatas ao trocar suas vestes com Davi, foi a prova de que diante do Senhor somos todos iguais e que ninguém é superior, mas principalmente que não devemos deixar que barreiras nos separem, e nosso caso, as denominacionais.
 A vida de um Pastor não é fácil, ele tem que ser um pouco psicólogo, socorrista, advogado, pai, amigo, conselheiro, muitas vezes incompreendido e poucas vezes reconhecido o seu esforço pelas almas que o Senhor lhe confiou.  Assim como Davi, o Pastor precisa saber conduzir suas ovelhas a lugares seguros e defendê-las dos perigos que lhes cercam, lhes dar o alimento saudável para que tenham o crescimento espiritual correto. O Pastor se dedica ao seu rebanho e muitas vezes abre mão de seus próprios interesses para que eles não se percam.
 
E quem vai cuidar do Pastor?  Quem pode lhe dar atenção, chorar com ele, ouvir seus problemas e suas queixas? Quem pode dividir com o pastor as suas cargas? Quem poderá lhe oferecer um ombro amigo? Da mesma maneira que Davi encontrou em Jônatas um amigo leal que lhe proporcionou crescimento para a sua vida como rei, espero que cada Pastor, cada Davi espalhado nesse mundo, encontre o seu Jônatas para que no decorrer de sua caminhada espiritual e pastoral, possa ter o apoio necessário, uma amizade leal, não levantando a bandeira de sua denominação, mas entendendo que como Corpo de Cristo precisamos viver a unidade que o Senhor Jesus pediu em Sua oração sacerdotal: “... para que sejam um, assim como somos um”. João 17:11.
 

 

terça-feira, 25 de setembro de 2012

A Primavera




Por
Angela Vauthier


“Veja! O inverno passou; acabaram-se as chuvas e já se foram. Aparecem flores na terra e chegou o tempo de cantar”. Cantares 2.11,12


A primavera é a mais bela das estações. É nela que podemos perceber a beleza das flores e sua diversidade de cores, formas, aromas e tipos. É a estação dos românticos, dos enamorados, dos poetas, dos artistas plásticos...

Quem não gosta de admirar a beleza de um jardim bem cuidado, repleto de flores variadas? Quem não gosta de receber um belo buquê de rosas? Quem não gosta de ser comparada a uma rosa, por sua beleza e delicadeza? Ser chamada de flor é um elogio que nos alegra.

Admiramos a Primavera, o que nem sempre paramos para refletir é todo o processo que antecede a essa estação.

Enfrentamos o verão, época quente, muitas vezes faz um calor insuportável que prejudica a nossa pele. Nessa estação é necessário tomar mais líquido que o habitual. No verão, se as plantas, principalmente as flores, não forem bem regadas, murcharão, perderão a beleza e a vida. Se compararmos com a nossa vida espiritual, também passamos por momentos quentes, atribulados, e se não tomarmos da fonte da água viva também morreremos desidratados.  "Mas bendito é o homem cuja confiança está no Senhor, cuja confiança nele está. Ele será como uma árvore plantada junto às águas e que estende as suas raízes para o ribeiro. Ela não temerá quando chegar o calor, porque as suas folhas estão sempre verdes; não ficará ansiosa no ano da seca nem deixará de dar fruto". (Jeremias 17:7-8.)

Em seguida vem o outono, época de ventania. O tempo começa a esfriar e as plantas começam a perder as suas folhas, flores e a beleza de antes vai se acabando aos poucos, mas algumas plantas de raízes profundas permanecem firmes. Na nossa vida espiritual também passamos por momentos de ventanias e algumas quedas, as assim como as plantas que resistem ao vento, nós continuamos firmes e de pé.

Chega o inverno com suas chuvas fortes, muitas vezes verdadeiras tempestades. Com as chuvas também vêm o frio e a ventania, causando desastres, enchentes, deslizamentos de barreiras. Mas quando chove na medida certa, abastece os reservatórios e irriga as plantações.  No mundo espiritual também passamos por tempestades, há momentos que achamos que é um inverno sem fim, mas o Senhor acalma a tempestade e o vento (Mt 8.23-27) e a chuva de bênçãos sem medidas irriga a nossa fé nos fazendo entender que a tempestade não é eterna e que em breve virá a bonança.

E todo esse processo resulta na primavera, e nós como rosas no jardim do Senhor, podemos exalar o Seu perfume, "porque para Deus somos o aroma de Cristo entre os que estão sendo salvos e os que estão perecendo" (II Coríntios 2:15) , mostrar ao mundo a nossa beleza e dizer que temos um jardineiro que não nos desampara em nenhuma das estações. Que mesmo no calor, na ventania e na tempestade, Ele, como um jardineiro cuidadoso, está nos protegendo e cuidando para que tenhamos o calor, a brisa e a chuva na medida certa para o nosso crescimento e o resultado Lhe deixa feliz ao ver um colorido tão perfeito de Suas flores no mundo todo: várias nacionalidades e denominações Lhe servindo e seguindo os Seus ensinamentos.

“Porque o Senhor consolará a Sião; consolará a todos os seus lugares assolados, e fará o seu deserto como o Éden, e a sua solidão como o jardim do Senhor; gozo e alegria se achará nela, ação de graças, e voz de melodia”. (Isaías 51.3)

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Tempo de Renovar as Forças




(Transcrito)



“Faz forte ao cansado e multiplica as forças ao que não tem nenhum vigor.” Is 40.29

Cansaço, desânimo, apatia, estresse e depressão não escolhem cor, classe social, religião ou idade. Com o mercado de trabalho cada vez mais competitivo, as pessoas são mais exigidas, sobretudo os jovens. Associar trabalho, estudo, família e outros compromissos é uma tarefa árdua que pode resultar em sérios danos à saúde física, mental, emocional e espiritual. Muitos estão no limite da exaustão, amargando um profundo desgaste e sofrimento.


Uma solução para você pode começar na readequação de sua a agenda. Refaça sua lista de prioridades, separe capricho de necessidade. A outra medida é encontrar amparo e descanso em Deus. Talvez toda essa correria se dê pela sua tentativa de controlar o futuro, de acumular tesouros na terra, de obter sucesso profissional sobre as suas próprias ruínas. Recupere suas energias nos braços do Pai. Aquiete seu coração. Ele tem cuidado de você. “Os jovens se cansam e se fatigam, e os moços de exaustos caem, mas os que esperam no Senhor renovam as suas forças, sobem com asas como águias, correm e não se cansam, caminham e não se fatigam” (Is 40.30-31)

Leite Derramado

Por



Jay Wollenburg (Ohio, EUA)



LEIA Mateus 5.21-25


"Se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens".  Romanos 12.18



Enquanto corria pela casa, meu filho bateu contra o balcão da cozinha derrubando um grande copo de leite com chocolate. Imediatamente, ele se encheu de remorso e correu para limpar o leite o mais rápido que podia. Quando terminou de limpar as últimas gotas de leite, eu pensei em sua reação à situação e fiquei impressionado. Em vez de reclamar que o copo estava perto demais da beirada do balcão ou de dar alguma desculpa, ele assumiu a responsabilidade por suas ações. Fiquei satisfeito.


Todos nós cometemos erros. Espero que, quando cometer um, eu possa reagir da mesma maneira que meu filho. Quando digo algo ofensivo ou faço algo que fere outra pessoa, será que tento encobri-lo, ignorá-lo ou culpar alguém? Ou assumo imediatamente a responsabilidade por minhas ações e procuro corrigir as coisas? Fico imaginando se Deus Se sente como eu me senti ao ver a reação de meu filho à bagunça em nossa cozinha. Não seria ótimo saber que Deus está satisfeito com a maneira como reagimos a um erro? Espero que da próxima vez em que "derramar o leite", eu possa reagir como meu filho e limpar rapidamente minha bagunça.

PENSAMENTO:


"Deus está sempre pronto a nos ajudar a limpar as bagunças que fazemos".

terça-feira, 12 de junho de 2012

Instrumento de Bênção





(Transcrito)


“...estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra.”II Rs 5.3


A vida dessa menina é narrada em três versículos e a Bíblia omite mais detalhes. Não há menção de nome, idade ou referências à personalidade dela. O que se sabe é que ela era uma jovem de Israel, levada cativa para a Síria como escrava da mulher de Naamã, comandante do exército. Aparentemente, alguém com motivos de sobra para alimentar ódio dentro de si. Todavia, a menina foi instrumento de Deus para mudar radicalmente a vida do homem responsável por subjugar o seu povo (II Rs 5.1). Militar de carreira, Naamã era herói da guerra, porém leproso, uma doença incurável na época. Foi ela quem falou sobre Eliseu, o profeta de Deus, como alguém capaz de apontar a cura da doença de Naamã.


Uma jovem que decidiu deixar lindas marcas na vida das pessoas ao invés de se lamentar pelas tristes marcas que lhe foram deixadas. Quis ser instrumento de bênção, não recipiente de amargura e rancor. Decidiu pagar o mal com o bem. Preferiu dar amor a retribuir com vingança. A menina ofereceu o que Naamã precisava e não o que merecia.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Padrões



Por



Robert L. Stephens (Virgínia, EUA)


LEIA Romanos 12.1-8

"E não vos conformeis com este século, mas transformai- vos pela renovação da vossa mente".
 Romanos 12.2



Lembro-me de ver mamãe cortar cuidadosamente cada pedaço de tecido. Embora fosse uma exímia costureira, ela não dependia de suas próprias ideias ou experiência. Nem o tamanho nem o formato de uma única peça eram ao acaso. Antes, cada corte seguia um modelo. Ignorar o modelo resultaria numa roupa mal ajustada. Seguir um modelo é uma estratégia similar, e é a chave para vivermos uma vida agradável ao Senhor. Deus provê padrões e deseja que os sigamos.
 
 
 

Quando Moisés estava construindo as lâmpadas, ele foi instruído: "Vê, pois, que tudo faças segundo o modelo que te foi mostrado no monte" (Êxodo 25.40). Ele obedeceu. Outro modelo de vida nos foi revelado na pessoa de Jesus. Como em todas as questões de fé, no entanto, há uma decisão envolvida. A tesoura estava na mão de minha mãe. Ela poderia facilmente ter alterado o resultado. Moisés poderia ter desobedecido. Jesus poderia ter escolhido não ir para a cruz. Quando tivermos disposição de morrer para o nosso eu e a seguir fielmente o desígnio divino de amar e servir as pessoas, poderemos nos transformar naquilo que Deus gostaria que nos tornássemos.



PENSAMENTO:


"O que Deus quer para nós surge quando decidimos seguir o exemplo de Cristo."

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Tempo de Superar Críticas





(Transcrito)


“Davi disse a Saul: Não desfaleça o coração de ninguém por causa dele...” I Samuel 17.32


Davi era o filho mais novo de Jessé, nascido numa casa pobre com mais sete irmãos, e era pastor de ovelhas. E foi exatamente esse menino que Deus escolheu para vencer o gigante Golias e chefiar o seu povo durante quarenta anos. No entanto, à medida que Davi se predispôs a encarar o temido filisteu de mais de três metros de altura, muitos se levantaram para desanimá-lo com amargas críticas. Seu próprio irmão, Eliabe, o ofendeu com palavras duras (ISm 17.28). Saul, o seu rei, o desencorajou pela sua juventude e inexperiência em campo de batalha (ISm 17.33). Golias, seu inimigo, o ridicularizou pela sua aparência (ISm 17.42). Mas as críticas que recebeu não fizeram de Davi um derrotado. Assim como as injustiças que José sofreu durante a vida não fizeram dele um derrotado.

Há Eliabe, Saul e Golias em todos os lugares. Eles estão por toda a parte: dentro de casa, no ambiente de trabalho, na sala de aula e até na igreja. Não permita que esses entulhadores de poços, pessimistas de plantão roubem seus sonhos, acabem com as suas esperanças e façam você desistir com críticas destrutivas.


segunda-feira, 4 de junho de 2012

Matando a Sede




Por



B. Vincent Roop Singh (Bangalore, Índia)

LEIA João 7.37-39


"Levantou-se Jesus e exclamou: Se alguém tem sede, venha a mim e beba". João 7.37


Há anos, visitei Ooty, uma cidade de montanha no sul da Índia. O ônibus parou por um tempo numa curva porque o motor estava superaquecido. A árdua jornada tinha nos deixado com fome e sede. Ao descer do ônibus e olhar ao redor, vi água gotejando de uma fenda numa grande rocha. Ela gotejava dentro de um cano de bambu e se acumulava em um tambor de madeira. Bebi a água fresca e doce e matei minha sede. A água era tão agradável que decidi não comer nada naquela noite e apenas encher minha barriga com a água que, para mim, era doce como "o mel que escorre da rocha" (Salmo 81.16).


Esse incidente fez me lembrar a água viva que Jesus nos oferece. Em nossa viagem da vida, nós nos deparamos com muitos obstáculos e dificuldades. Podemos sentir a tentação de satisfazer nossa sede espiritual de muitas maneiras. Mas somente o relacionamento íntimo com Deus oferece satisfação real e duradoura. Somente a água viva de Deus pode matar a sede da nossa alma.
PENSAMENTO:
"Cristo oferece a água viva livremente a todas as pessoas".


quarta-feira, 30 de maio de 2012

O Drama da Velhice



(Transcrito)



“Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio.” Sl 90.12.



O tempo é implacável e vai esculpindo em nossas faces rugas indisfarçáveis. Cada fio de cabelo branco que brota em nossa cabeça é a morte nos chamando para um duelo. Os anos pesam sobre nossa cabeça como chumbo, deixando nossas pernas bambas, nossos braços fracos e nossos olhos embaçados. A velhice é uma realidade incontornável. Mais cedo ou mais tarde precisaremos estar frente a frente com ela, a não ser que a morte nos visite precocemente. Muitas pessoas envelhecem com amargura. Tornam-se revoltadas com a vida e amargam na velhice uma dolorosa solidão.


Há outras, porém, que se tornam doces, sábias e fazem dessa fase outonal da vida os anos dourados e mais extraordinários da caminhada. Os velhos podem ser cheios do Espírito e nutrir na alma grandes sonhos. Podem olhar para frente e ter projetos em vez de celebrar apenas as conquistas do passado. Podem influenciar a nova geração em vez de apenas enaltecer o passado. A velhice é um privilégio, uma bênção, uma dádiva de Deus. Devemos desejá-la e recebê-la com gratidão!


terça-feira, 29 de maio de 2012

O Drama da Infidelidade




(Transcrito)


“As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios, afogá-lo [...]” Ct 8.7

A infidelidade conjugal deixou de ser uma exceção nesta sociedade decadente. Hoje, mais de cinquenta por cento dos casais são infiéis ao seu cônjuge até a idade dos quarenta anos. Isso é um atentado contra o casamento e sinaliza o colapso da família. Os valores morais absolutos estão sendo tripudiados na mídia e nas cortes judiciais. As verdades que sustentaram a sociedade ao longo dos séculos, estão sendo escarnecidas nas ruas e ridicularizadas em nossas casas de leis. O casamento tornou-se apenas uma experiência passageira. Troca-se de cônjuge como se troca de roupa.


A sociedade aplaude o conceito equivocado de que “o amor é eterno enquanto dura”. A infidelidade conjugal é vista como uma conquista e não como um sinal de decadência. É incentivado em vez de ser combatido. Os frutos da infidelidade conjugal, porém, são desastrosos. O fim dessa linha é a vergonha e a morte. Os adúlteros não herdarão o reino de Deus. Quem comete adultério está fora de si e somente aqueles que querem se destruir cometem tal loucura.


segunda-feira, 28 de maio de 2012

O Drama da Solidão






(Transcrito)


“Somente Lucas está comigo. Toma contigo Marcos e traze-o, pois me é útil para o ministério.” 2 Tm 4.11.




A população do mundo ultrapassou a fronteira dos sete bilhões de habitantes. Multidões se acotovelam nos grandes centros urbanos, mas a maioria é uma massa sem rosto e sem identidade. Caminham anônimas, blindadas pela solidão. Há muitas pessoas solitárias dentro das famílias e até dentro das igrejas. Há mulheres viúvas de maridos vivos, vivendo sozinhas, sem afeto e sem companheirismo. Há pessoas curtindo a dor de viuvez, sentindo uma dolorosa saudade de quem partiu. Há muitos velhos abandonados nos asilos curtindo uma amarga solidão e muitas pessoas esquecidas nas prisões.


O apóstolo Paulo sentiu na pele a dor da solidão. Em sua segunda prisão em Roma escreveu sua segunda carta a Timóteo e pediu a seu filho na fé para vir vê-lo depressa. Mesmo sendo revestido de forças por Deus para cumprir seu ministério e enfrentar o martírio, precisava de um ombro amigo a seu lado nessa hora dolorosa. Gente precisa de Deus, mas gente também precisa de gente. Nossa família precisa ser um oásis de vida no deserto, o remédio divino para o drama da solidão.


sexta-feira, 25 de maio de 2012

O Drama do Legalismo



(Transcrito)



“Atam fardos pesados e difíceis de carregar e os põem sobre os ombros dos homens.” Mt 23.4

O legalismo é um caldo mortífero que adoece e neurotiza a família e a igreja em nome da verdade. Os legalistas coam mosquito e engolem camelo. Brigam por aquilo que é secundário e transigem com aquilo que é essencial. Em nome do zelo espiritual ferem pessoas, perturbam a paz e quebram os vínculos da comunhão. Os legalistas agem como os fariseus que acusavam Jesus de pecado por curar no dia de sábado, mas não viam seus próprios pecados quando tramavam a morte de Jesus no sábado.


Os legalistas são aqueles que reputam a sua interpretação das Escrituras como infalível e atacam como os escorpiões do deserto aqueles que discordam da sua visão extremada, chamando-os de hereges. O legalismo é fruto do orgulho e desemboca na intolerância. Em nome da verdade, sacrifica a própria verdade e insurge-se contra o amor. O legalismo é reducionista, pois repudia todos que não olham para a vida pelas suas lentes embaçadas. O legalismo professa uma ortodoxia morta; uma ortodoxia sem amor e sem compaixão. Acautelemo-nos desse caldo mortífero.