quinta-feira, 3 de julho de 2008

O RETRATO DO LAR ATUAL


“O Senhor, o nosso Deus, é o único Senhor. Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças. Que todas estas palavras que hoje lhe ordeno estejam em seu coração. Ensine-as com persistência a seus filhos. Converse sobre elas quando estiver sentado em casa, quando estiver andando pelo caminho, quando se deitar e quando se levantar.” Deuteronômio 6:4-7. Essas palavras foram ditas por Moisés ao povo de Israel após apresentar-lhes os 10 Mandamentos recebidos por Deus para que eles pudessem cumpri-los.



Em nossos dias é raro vermos um lar onde os pais cumpram o que nos fala o texto acima: ensinar os filhos com persistência. Ultimamente temos visto que essa função tem sido repassada para terceiros, ou seja: avós, babás, empregadas, professores na escola secular ou na Igreja. Infelizmente os lares de hoje não são mais os mesmos, não existe mais o modelo tradicional formado por pai e mãe, e sim, a maioria dos lares hoje é chefiado apenas pela figura materna por várias razões: ficaram viúvas, são mães solteiras, ou separadas do marido. Daí, essa mãe tem que acumular funções, pois ela também tem que ser a provedora da família, e o resultado são filhos que crescem sem referencial paterno e muitas vezes até mesmo materno, pois como passam o dia longe da mãe, ao chegar em casa ou ela está cansada demais para dar atenção ao filho ou se comporta como uma irmã mais velha e tenta compensar a sua ausência sendo mais uma amiguinha de brincadeiras que atende a todos os pedidos do filho do que mesmo uma mãe como ele precisa. Por essas e outras razões temos visto tantos adolescentes que estão perdidos na marginalidade, drogas e prostituição, por causa da falha dos pais em sua educação, pois a fase principal de formação do seu caráter (de 0 aos 7 anos) foi comprometida.



No dia 13 desse mês (Julho) o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei 8.069/90) estará completando 18 anos, e ele foi criado justamente para defender os direitos das crianças e adolescentes quando são violados. Então, quando a família falha, o Estado age. Para muitos pode ser uma lei que foi criada para “passar a mão na cabeça” de adolescente infratores, mas a verdade é que o adolescente autor de ato infracional não fica impune. Devemos nos lembrar que após a criação dessa lei, muitos direitos que antes não eram respeitados agora são porque as pessoas estão mais esclarecidas quantos aos seus direitos, até mesmo as crianças.



Que possamos saber educar bem as nossas crianças para que elas não necessitem ser mais uma na estatística dos Conselhos Tutelares e Delegacias Especializadas de Proteção a Criança e ao Adolescente como vítimas de violência familiar, sexual ou psicológica. Mas que as nossas crianças e adolescentes sejam os futuros cidadãos que irão mudar a história de nosso país.


Angela Vauthier.